Já se passara quase um mês e eu ainda perambulava por aquela rua acidentada, esperando que a moça voltasse a se mostrar na janela. Mesmo depopis deste período, eu não conseguira sequer uma piscadela reprimida, um sorriso maroto que fosse; ainda assim não desisti.
Todos na rua já sabiam quais eram minhas intenções para com ela, e mesmo assim a danada fazia-se de difícil e torcia o nariz todas as vezes em que eu passava.
À noite, quando as belas moças iam para a praça do chafariz, Arabella trancafiava-se dentro de casa, temendo me ver, sozinho, vagando sob as chamas bruxuleantes dos lampiões da rua.
Os dias foram passando, assim como as noites. Algo batia intensamente em meu peito, exigindo justificativas, mesmo que estas fossem efêmeras, porém nada fazia alusão à ignorânica e preponderânica de Arabella. O próprio pai da moça ja viera falar-me, manifestar sua aprovação à circunstância, mas de nada adiantou.
Em todos os dias que se seguiram eu continuei perambulando frente à janela, e logo depois ia até a farmácia conversar com o pai da moça. As conversas eram sempre duradouras e ricas, cheias de incentivos da parte dele.
Chegou a um ponto em que meu ego estava esgotado do sofrimento e do desejo que sempre ardia em meu cérebro. Tomei uma decisão: mudaria de cidade para distanciar-me de Arabella. E assim fiz.
Me estabeleci em um vilarejo longíncuo, mas populoso. Tudo era muito espesso e avantajado (árvores, pássaros, casas, moças...)
Fui logo procurar um emprego e fiquei sabendo por fontes desconhecidas que havia chegado na vila um casarão boticário - ou em melhores palavras: uma farmácia. Apresentei-me então logo pela manhã do dia seguinte e levei um susto. Uma mulher de cabelos negros e brilhantes mantinha-se parada atrás do balcão de forma prontificada; Arabella me lançou um olhar e sorriu de forma displicente.
Desmaiei e acordei algumas horas depois em uma enfermaria local.
- É um excelente casarão boticário, não acham? - diziam várias mulheres carpideiras, nas semanas que se arrastaram - A cidade realmente precisava de maiores benefícios.
Meu sofrimento começara novamente. E eu nada poderia fazer.
Todos na rua já sabiam quais eram minhas intenções para com ela, e mesmo assim a danada fazia-se de difícil e torcia o nariz todas as vezes em que eu passava.
À noite, quando as belas moças iam para a praça do chafariz, Arabella trancafiava-se dentro de casa, temendo me ver, sozinho, vagando sob as chamas bruxuleantes dos lampiões da rua.
Os dias foram passando, assim como as noites. Algo batia intensamente em meu peito, exigindo justificativas, mesmo que estas fossem efêmeras, porém nada fazia alusão à ignorânica e preponderânica de Arabella. O próprio pai da moça ja viera falar-me, manifestar sua aprovação à circunstância, mas de nada adiantou.
Em todos os dias que se seguiram eu continuei perambulando frente à janela, e logo depois ia até a farmácia conversar com o pai da moça. As conversas eram sempre duradouras e ricas, cheias de incentivos da parte dele.
Chegou a um ponto em que meu ego estava esgotado do sofrimento e do desejo que sempre ardia em meu cérebro. Tomei uma decisão: mudaria de cidade para distanciar-me de Arabella. E assim fiz.
Me estabeleci em um vilarejo longíncuo, mas populoso. Tudo era muito espesso e avantajado (árvores, pássaros, casas, moças...)
Fui logo procurar um emprego e fiquei sabendo por fontes desconhecidas que havia chegado na vila um casarão boticário - ou em melhores palavras: uma farmácia. Apresentei-me então logo pela manhã do dia seguinte e levei um susto. Uma mulher de cabelos negros e brilhantes mantinha-se parada atrás do balcão de forma prontificada; Arabella me lançou um olhar e sorriu de forma displicente.
Desmaiei e acordei algumas horas depois em uma enfermaria local.
- É um excelente casarão boticário, não acham? - diziam várias mulheres carpideiras, nas semanas que se arrastaram - A cidade realmente precisava de maiores benefícios.
Meu sofrimento começara novamente. E eu nada poderia fazer.
Rafael Villas Boas
Um comentário:
Muito bom *--*
Super bem escrito
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